Marche

No fim-de-semana dos dias 11 e 12 de junho, fizemos um passeio com o Diego, colega do Nino da UFRGS, que tinha recém voltado de uma congresso em Ischia. Ele chegou no fim do dia de sexta e dormiu aqui em casa . Na primeira hora de sábado pegamos um carro e começamos a nossa viagem para Marche.

Marche é uma região da Itália que fica a nordeste do Lazio. Eis um mapa da Itália com regiões:

Começamos o passeio pela parte norte de Marche, para depois irmos descendo. Então, depois de viajar por algumas horas, chegamos ao nosso primeiro destino: Gradara. No caminho já avistamos a cidade de longe, olhem só que legal:

Dá pra ver bem na foto que tem um castelo mais altinho, na ponta, e a partir dele cresce a vila medieval. Outra foto, pra vocês verem melhor:

Agora já lá na cidade, do lado de fora das altas muralhas do borgo:

Na próxima foto, olhem a plaquinha com um castelinho desenhado em vermelho e branco: é pra indicar que é um dos borghi più belli d'Italia.

Passando as muralhas, vemos a simpática vila medieval. Uma gracinha tudo bem conservado!

Ali na vila tinha um modelo de uma casa da época medieval:

Depois de caminhar bem pouquinho já chegamos no castelo. Pagando 1 euro a mais, escolhemos comprar também o ingresso pro passeio panorâmico pelo borgo, que deixamos para depois da visita.


Olhem o castelo, que bonitão:

Visitamos o interior do castelo, onde não se pode tirar fotos. A primeira sala da visita é uma sala de tortura. O poço tapado com uma grade para prisioneiros e outros poucos detalhes já são o suficiente para a gente se sentir transportado a séculos no passado. Tem também vários quartos e salas mobiliados com escrivaninhas, armários, camas e mesas antiquíssimos. Quadros e pinturas nas paredes completam os ambientes. Interessante um quadro que parecia ser uma árvore genealógica, com um personagem principal como tronco da árvore e seus descendentes como folhas com seus nomes escritos.


Do pátio interno se podia tirar fotos:

E também das janelas, com vista para a cidade:

Terminada a visita dentro do castelo, se sai pela lateral, que também é bem legal:

Adoramos a visita ao castelo. Depois nos direcionamos à torre do relógio para o passeio panorâmico pelo borgo, quando descobrimos que estava fechado e reabriria em meia hora. Lembrando que o nosso dia era apertado, resolvemos seguir viagem.


O próximo destino era San Marino, San Marino é um pequeno país localizado dentro da Itália, entre os estados de Marhce e Emilia Romagna, e seu nome oficial é Serenissima Repubblica di San Marino. Seu território tem apenas 91 quilômetros quadrados e tem aproximadamente 30 mil habitantes. No Brasil, San Marino é conhecida pelas corridas de fórmula 1 e pelo acidente em que morreu Ayrton Senna.


O país é dividido em nove munícipios, que são chamados de castelos. Mas isso não quer dizer que há nove castelos pra se visitar, porque isso é apenas uma denominação. Mas na capital, a cidade de San Marino, tem bastante coisa pra se ver.


E foi pra capital que fomos. Infelizmente foi só entrarmos no país que começou a chover, o que atrapalhou um pouco o nosso passeio. A capital fica no alto e tem três torres que se pode ver de longe, principalmente se não está chovendo.

Subimos até a cidade, deixamos o carro ao pé da muralha e fomos visitar a capital debaixo de uma bela chuva.

A cidade é muito bonita, e se pode visitar cada uma das torres. É uma pena que toda essa bateção de água atrapalhava o passeio.

Visitamos somente a primeira torre, e vejam só a nossa molhaceira!

A chuva nos expulsou da cidade. Mas quando estávamos chegando no carro, começou a abrir um sol. Porém não podíamos perder tempo e rumamos para San Leo.


San Leo é uma pequena vila que fica sobre um rochedo. Da estrada tivemos uma boa vista da cidade:

San Leo na verdade não fica em Marche, mas na região Emilia Romagna. Ah, e pra variar notamos que nos arredores de San Marino e San Leo o sotaque italiano já é um pouco diferente, como por exemplo o "s" parecido com o do carioca.


O caminho de acesso à cidade é tão estreito que ou só sobe ou só desce:

A cidade por dentro é um encanto:

O castelo se vê, ao alto da montanha, de vários pontos da cidade:

Resolvemos subir até o castelo. Nesse dia estava acontecendo um evento em homenagem ao escritor Umberto Eco, então o serviço de ônibus estava suspenso e o estacionamento do castelo estava lotado. Nesse evento, o ator Roberto Benigni era o encarregado de fazer os discursos. Para quem não sabe, o Benigni foi o ator principal do filme A Vida é Bela.


Então, para conhecer o belo castelo, subimos tudo à pé. Uma boa caminhada... As fotos na metade do caminho já valeram a pena:

Ao pé do castelo dava pra escutar o Benigni fazendo as piadas dele e as pessoas dando risada. O evento era lá em cima do castelo e só para convidados (descobrimos depois de chegarmos lá), e não podíamos nem mesmo visitar o castelo por dentro. Nos contentamos em vê-lo de fora então.

A seguinte foto pegamos da wikipedia. Ela mostra bem a cidade de San Leo sobre a montanha de rocha, com o castelo mais acima.

Já estava chegando o fim do dia e ainda queríamos visitar Urbino, e pra lá fomos. Urbino fica mais ao sul e a estrada de San Leo a Urbino passa por vales e montanhas de Marche, com belas paisagens, formações rochosas e cidadezinhas:

Urbino é uma cidade cheia de jovens e tem a sua própria universidade. Como chegamos quando estava começando a anoitecer, presenciamos um pouco a vida noturna da cidade, com vários barzinhos movimentados.


De longe enxergávamos o Duomo da cidade:

O mais interessante de Urbino é o Palazzo Ducale. Como era de noite, vimos só por fora. E é enorme!

Outras fotos de Urbino:

No dia seguinte visitamos as Grotte di Frasassi, que são talvez as grutas mais famosas da Itália. A história da gruta começa em 1971, quando um grupo de espeleólogos estava fazendo uma caminhada de estudos pela montanha em um dia sem vento. E um deles notou que tinha uma planta que oscilava, mesmo sem vento. Foram averiguar e descobriram que o vento vinha de uma pequena abertura horizontal no chão. Então entraram pela estreita caverna por alguns metros até chegarem em um buraco. Como era tudo escuro, cronometraram o tempo de queda de uma pedra para aproximar a profundidade do buraco e preveram que tinha mais de 100 metros! Futuras expedições começaram a exploração da chamada "Gruta Grande do Vento", que é seu outro nome.


A gruta possui vários ambientes e salas gigantes, como essa que foi a primeira a ser descoberta. Esta sala comporta comodamente o duomo de Milano dentro de si! A visita à gruta é guiada e dura cerca de uma hora.e a temperatura da gruta é constante o ano todo de 14 graus. Não se pode tirar fotos lá dentro, mas tem várias fotos e videos no site www.frasassi.com


A gruta é naturalmente escura, portanto toda luz que hoje há nela é artificial. Por todo lado que olhamos lá dentro tem alguma coisa surpreendente, como formações minerais de diversos tipos. Dentro de tanta imensidão, se perde o senso de grandeza, e coisas de 3 metros parecem ter q metro e meio. 


A gruta foi formada por cursos de água e várias de suas formações têm mais de 150.000 anos! E até hoje enxergamos água pingando, gota a gota, deixando resíduos minerais como calcário e formando estalactites e estalagmites.


Vamos pôr aqui algumas fotos, que pegamos do próprio site (já que não podíamos tirar foto lá dentro):

Após visitar a gruta, demos um pulinho em San Vittore, que é uma minúscula vila ali ao lado.

Ali fica a Abadia de San Vittore delle Chiuse:

Bom, depois disso almoçamos e já pegamos a estrada, pois o Diego ia pegar um avião em Roma no fim do dia. Na estrada paroveitamos mais um pouco as paisagens de Marche e da Umbria.

E assim termina a nossa viagem. Até a próxima!