Continuando no dia 27/12, fomos conhecer a cidade de Locorotondo (de Luoco Rotondo, lugar redondo). É uma pequena vila em cima de uma montanha, considerada uno dei borghi più belli d'Italia (uma das vilas mais belas da Itália). De lá se tem uma bela vista do vale que circunda a cidade. Porém era de noite e estava chuviscando, não deu pra ver muito...
Mas caminhamos bastante pelo centro histórico, mesmo debaixo da garoa.
Realmente, uma vilinha bem bonita!
Depois de conhecer Locorotondo, fomos para o Hotel Aia del Vento (entre Cisternino e Locorotondo). Largamos nossas coisas e fomos falar com o recepcionista sobre um lugar para comer. Ele foi muito atencioso com a gente. Não lembramos o nome dele, mas o apelidamos carinhosamente de "Sílvio Santos" (achamos ele parecido). Deu pra captar a simpatia, né? Ele quis saber onde iríamos depois desta cidade, deu dicas pra nós e disse algumas coisas pra fazermos.
A gente tinha um nome dum restaurante que falamos pra ele, mas ele disse "no, no, no! Non è pulito!". (segundo ele não é limpo). Ele sugeriu comermos na Tonia, um restaurante a meio quilômetro do hotel. Nas suas palavras: "La pasta è molto buona. La pizza è buona. I contorni sono tanti e buoni." (A massa é muito boa. A pizza é boa. As entradas são muitas e boas.) Ressabiados (depois da última experiência), perguntamos sobre o preço. "Prezzo di studenti". Ele disse que se fosse caro ou se não fosse bom, que era pra falar pra ele depois, que ele não ia mandar mais ninguém lá.
Mas era muito cedo pra ir jantar, os restaurantes italianos só abrem às 20h (em geral). Porém no inverno escurece às 17h. Bom, então fomos passear por Cisternino, a cidade onde fica o restaurante e o hotel.
Como estava chovendo rodamos pela cidade de carro até a hora do restaurante abrir. Mas a Cibele e o Rodrigo estavam a fim de conhecer melhor o centro histórico de Cisternino. Então eles foram debaixo de chuva (sem guarda-chuva) enquanto nós dois ficamos namorando no carro.
Assim que possível fomos no Restaurante da Tonia. Foi bom chegar cedo, éramos os únicos e fomos bem atendidos. Olhamos o cardápio e o que a gente não entendia o que era, perguntávamos pra garçonete (a própria Tônia). Ela tirou cada dúvida nossa, e quando não entendíamos o nome do legume ou grão, ela trazia pra nos mostrar. Perguntamos o que era típico da região ou especialidade da casa. Dentre as sugestões, escolhemos o Purea di Fave (purê de favas) e Orecchiette di Broccoli (orelhinhas de brócolis).
A Orecchietta é uma massa típica da região de Puglia, mas que a cidade de Cisternino tem seu próprio jeito de fazer (e em geral as orelhinhas são maiores).
Além disso pedimos duas pizzas (pizza aqui é uma por pessoa), e vem servida no seu prato (fica gigante). Porém achávamos que poderia ser pouco, pois as vezes os primi piati não dão conta da fome (a média por pessoa de massa são 100g). Vimos que tinha um buffet de contorni (entradas). Tinha várias coisas, como frutos-do-mar, beringela, pimentão temperado, abobrinha grelhada, funghi à milanesa, mozzarella fresca, bolinho de couve-flor... Porém, precisaríamos pagar um bom valor por pessoa para ter um "buffet livre" de entradas. Então perguntamos se eles poderiam preparar uma pequena porção e cobrar só o valor de uma pessoa, pois não comeríamos muito.
O pessoal do restaurante, muito atencioso, aceitou a proposta e preparam a tal porção. Pra nossa surpresa, foi uma porção gigantesca! Mais ou menos quatro vezes mais do que imaginávamos. Serviram um pratinho de cada item do buffet. Uau! Além disso tinha a cesta de pão, com um pão caseiro fatiado na hora!
Uma pequena observação. A mozzarella aqui é fresca e branca, assim:
Bom, enchemos a barriga com as entradas, e depois vieram os pedidos. A tal massa orecchiette foi o pedido da Cibele. O que ela achou? "É uma viagem! A massa é grossa e esse brócolis não é o mesmo que o do Brasil, mais amargo... Parece uma polenta! É boa, mas é pra comer uma vez na vida.". O Nino depois devorou o prato dela e adorou. O pedido dele foi o Purea di Fave, que ele também gostou muito. Acompanhando o purê vinha uma porção de espinafre refogado.
A pizza estava boa, mas não uma maravilha. Como toda a pista de restaurante italiano (se preocupam mais com a massa que com o recheio). Ao passo que a pizza al taglio, que se compra por pedaços quadrados, é tudo de bom.
Durante a janta a Tonia perguntam como estava a comida. Elogiamos e depois veio a mãe dela e elogiamos de novo. Ela explicou que a massa orecchiette é feita em três etapas, usando diferentes tipos de farinhas.
Comentário final da comida: a massa é muito boa, a pizza é boa e as entradas são muitas e boas (maravilhosas, na verdade). E preço de estudante. Sílvio Santos tinha razão.
Comentário final da comida: a massa é muito boa, a pizza é boa e as entradas são muitas e boas (maravilhosas, na verdade). E preço de estudante. Sílvio Santos tinha razão.
Gostamos muito da janta e também do atendimento. Quando se viaja é bom comer assim num restaurante familiar e pedir um prato típico ou especialidade da casa. Segundo alguns de nós, essa foi a melhor refeição de restaurante dessa viagem.
Depois da janta fomos para o hotel, conversamos um pouco e fomos dormir. O hotel também era ótimo, bons quartos e um farto café-da-manhã. Tinha frutas, iogurte, bolos... Esse foi o melhor café-da-manhã da viagem.
Ainda em Cisternino, no dia seguinte, visitamos uma vinícola local e compramos o espumante Prima Valle. A cidade Locorotondo é famosa por seus espumantes. Fomos numa filial de Cisternino de uma vinícola de Locorotondo.
No próximo relato, vamos contar duma parada numa fábrica de azeite de oliva, e de outra parada num campo de oliveiras, assim como outras aventuras. Arrivederci
Nino e Faeca
Nenhum comentário:
Postar um comentário