sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Viagem final do ano 2009 - Parte 6

28/12
Neste dia acordamos em Cisternino e visitamos as cidades de Ostuni, Santa Maria di Leuca, Otranto e Lecce. Foi o dia de explorar o "salto da bota". Neste post falaremos das duas primeiras.


Ostuni é uma cidade semelhante a Cisternino. É uma cidade muralhada e toda branca. Um dos motivos da visita era que esse é O LOCAL para se comprar azeite de oliva. Além de ser uma região onde se vê muitas oliveiras, o modo com que é feito o azeite faz com que ele seja de qualidade superior.

Então paramos em uma fábrica de azeite de oliva para nos informarmos. Descobrimos que a venda era só à tarde. Eles até poderiam vender àquela hora, de manhã, mas vendiam em latões de 5 litros! Puxa! Não queríamos tanto, até porque ia ficar caro... Mas valeu a visita, pois conhecemos um pouco da fábrica.

Era tipo um galpão, bem simples, com caixas cheias de azeitonas no centro.


Observem no fundo nós dois acompanhando o trabalho das máquinas. Vejam que essas azeitonas da frente são verdes, as do fundo são mais escuras. Nos informamos e eles disseram que as verdes são colhidas do pé e as escuras são colhidas do chão, após caírem naturalmente. Para quem não sabe, se bota uma rede embaixo da oliveira e depois de um tempo se recolhe a rede com as azeitonas que caíram.

Perguntamos se é assim então que comemos às vezes azeitonas (em conserva) verdes e às vezes pretas. Não é, aquilo são diferentes tipos de azeitonas. Na fábrica, as que são colhidas do pé produzem um tipo de azeite, as que são coletadas do chão produzem outro azeite. Mas são todas da mesma variedade.

A primeira máquina do processo de fazer o azeite é essa:


Esta máquina recolhe as azeitonas e separa os ramos e folhas. Depois tem uma máquina que, com uma espécie de martelo, separa o caroço e já vai misturando as azeitonas:


Nessa etapa já dava pra ver um pouco do azeite por cima dessa "mistura". Depois tem algumas máquinas que prensam as azeitonas e removem a água. Por fim uma última água dá uma última "enxugada" no azeite:


No cano da direita sai azeite de oliva em abundância. No cano da esquerda pingam umas gotas de água.

Depois de conhecer a fábrica e não comprar nada, fomos conhecer a cidade. Passeamos pelo centro histórico, branco, muralhado e cheio de becos simpáticos.




Estes estão entre os becos preferidos do Rodrigo. Brincamos que ele vai escrever um artigo pra alguma revista com os 10 melhores becos da Itália. ehehe

Do lado de fora das muralhas da cidade, a vista era magnífica. Víamos um mar de oliveiras seguido pelo mar do oceano e o azul do céu.


As próprias muralhas brancas também são muito bonitas.


Interessante que a muralha foi aproveitada na construção de casas.


Voltando ao centro histórico, já em Ostuni se perceber o estilo artístico Barocco Leccese, um barroco típico da cidade de Lecce, onde dormimos esta noite.


Passeando pelos becos, encontramos um lugar para comprar um bom azeite de oliva da região. Rodrigo e Cibele compraram uma garrafinha, enquanto que nós decidimos ficar com a que compramos num supermercado de Ostuni para comer com torradinhas e sal durante a viagem.

Passeamos um pouco mais e fomos embora.


Na saída tivemos uma boa vista da cidade.



Logo saindo de Cisternino, atravessamos uma bela paisagem que já estava se tornando normal: campos de oliveiras. Mas são campos muito bonitos, e nesse trecho oliveiras antiguíssimas se misturavam com oliveiras novas. A oliveira mais antiga conhecida da Itália possui 1700 anos!! As que vimos devem ter em torno dos 1000 anos. O Nino fez com que parássemos o carro e todos saíram para bater fotos. O objetivo principal era mostrar uma oliveira antiga (com tronco bem grosso) perto de uma mais nova (com tronco fino).





Abaixo das árvores dá pra ver em algumas fotos um círculo grande de terra "sem grama". Aquela parte era tomada de azeitonas!


Cheio de azeitonas e de barro!! Deu um trabalhão depois pra tirar o barro dos calçados, pra não sair sujando tudo... Principalmente o Nino, que se enveredou mais pro meio do mato!

A nossa viagem continuou e paramos no meio do caminho para uma farofa. Paramos num posto de gasolina e comemos lanches comprados no supermercado. Aprendemos e aprovamos uma receita da Cibele e do Rodrigo: pão com azeite de oliva e sal. Muito gostoso! Lembramos do nosso amigo Paulo Avelino: ele é louco por azeite de oliva! 


Os tomates italianos são tão gostosos que comemos puro! No mercado eles são vendidos ainda com o cabinho ligando os tomates, como se fosse um "cacho". Isso é bom, porque os tomates se conservam por mais tempo. Experimentamos também a Ricota da região de Puglia e foi unanimamente considerada a melhor ricota que já comemos. Ela nem parecia uma ricota, parecia um creme, uma delícia. Bem boa de passar no pão.


Após tirar a barriga da miséria, seguimos pela estrada em direção a Santa Maria di Leuca, o fim do salto da bota: o extremo sul como está no mapa (no começo desse relato). De lá, enxergávamos mar para os dois lados. Do lado direito, estava o Mar Jônico:



Enquanto que do lado esquerdo estava o Mar Adriático:


Para quem está perdido, o Mar Jônico fica a sul e sudeste da Itália, enquanto que o Mar Adriático fica a nordeste. Para nós foi uma emoção estar na pontinha da Itália, vendo mar dos dois lados e vendo onde estes dois mares se encontram!



Visitada a ponta do salto da bota, só tínhamos uma direção para ir: pra cima! Mas logo depois de andar um pouco já paramos o carro pra tirar umas fotos.


Nesse lugar tinha umas formações rochosas bem interessantes:


Demos uma olhada rápida e nos mandamos pro carro: estava começando a escurecer e ainda precisávamos visitar Otranto e dormir em Lecce! Mas isso fica pro outro post (Parte 7), pois temos muita coisa pra contar...

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