Dia 10 de abril foi o aniversário da Faeca, então resolvemos comemorar fazendo uma viagem de um dia na sexta-feira dia 8. Planejamos rapidinho e decidimos visitar Tivoli, uma cidade perto de Roma, que desde a antiguidade atraía quem queria fugir da agitada vida urbana da capital.
Além de menos agitada que Roma, Tivoli tem um clima mais agradável por se situar a uma maior altitude. Várias famílias importantes de Roma tinham propriedades nessa cidade. Essas propriedades (mansões com extensos jardins) eram chamadas de villas (ou ville, o plural resolvemos escrever em português) e hoje são a principal atração de Tivoli. As mais conhecidas são três: Villa Adriana, Villa d'Este e Villa Gregoriana.
Mas as tais villas são enormes, então não conseguimos visitar todas: a Villa Adriana ficou pra outra oportunidade.
Como a gente mora longe do centro, ir para Tivoli de ônibus ia se tornar uma viagem muito longa. Além disso, as villas ficam espalhadas pela cidade, o que dificulta mais ainda. Então pesquisamos um pouco na internet e achamos um preço bem camarada pra alugar um carro por 1 dia. Sexta de manhã fomos na locadora pegar o nosso carrinho... Um Renault Twingo:
Não tínhamos conseguido imprimir os nossos mapas, mas foi super fácil chegar em Tivoli, o caminho é bem indicado e já tínhamos revisto a rota em casa. A idéia era visitarmos primeiro a Villa d'Este, mas a falta de lugar para estacionar o carro nos fez dar a volta na quadra pelo menos umas 10 vezes. E ainda não tínhamos certeza onde exatamente era a Villa, sabíamos que era naquela quadra. Até mesmo o estacionamento rotativo estava lotado. Não é à toa, já que a Villa d'Este fica no centro da cidade.
Resolvemos então mudar os planos e começar pela Villa Gregoriana. Lá, o estacionamento rotativo também estava cheio, mas depois de esperar uns minutos na fila conseguimos um lugar. Nesses minutos de espera aproveitamos pra fazer um lanche-almoço que levamos de casa.
A Villa Gregoriana é a menos conhecida das três Villas e é um lindo bosque: cheia de trilhas, cascatas, grutas e natureza. Na verdade o seu nome é Parco Villa Gregoriana, já que tem mais jeito de parque mesmo.
Nas palavras do folheto informativo do parque:
Uma densa floresta de árvores gigantes, ruínas de edifícios antigos, penhascos vertiginosos, rochas escarpadas, prados verdes iluminados pelo sol, caminhos rochosos, pequenas galerias, cavernas naturais.
A história do parque começa no ano de 1835, quando a cidade de Tivoli sofria com mais uma inundação do rio Aniene. O então papa Gregório XVI resolve desviar o curso do rio, salvando assim a cidade de novos problemas e criando um lugar de inspiração para artistas, poetas, viajantes, reis e imperadores. Depois de ficar alguns anos em total abandono, o parque foi aberto para visitação em 2005.
O parque é cheio de trilhas e rotas alternativas. Um longo e belo passeio. E como é pouco conhecido, estava praticamente vazio! E tudo era bem sinalizado, com mapas em vários pontos. Fizemos o trajeto completo!
O primeiro desvio da rota principal é uma vista de cima da Grande Cascata.
Vejam que lindas as trilhas:
Logo ali no final dessa estradinha ficam as ruínas da Villa di Manlio Vopisco, é o que sobrou de villa no meio de tanta vegetação...
E a caminhada continua...
Depois de descermos um pouco, tivemos outra vista da Grande Cascata.
Depois de andar mais um pouco, descobrimos que são várias as cascatas...
Agora, vamos para o Valle dell'Inferno:
Inferno? Mais parece o paraíso!
Olhem o rei do inferno (com vista para o paraíso).
Sempre à nossa vista estava o Templo di Vesta, que indicava, longe, o final da visita ao parque:
Reparem nesses buraquinhos na rocha. Parecem pequenas caverninhas, mas aqueles que estão alinhados são na verdade janelas de um túnel. Daqui a pouco chegaremos lá. Reparem também que entre nós e o templo tem um belo de um vale. Então descemos todo o desfiladeiro pra depois subir tudo de novo! A descida, como todo o trajeto, é repleto de belezas.
Coisa linda que é lá embaixo...
Ih, espera aí... O Nino esqueceu os óculos dele lá em cima!! Vai lá correndo Nino, sobe tudo de novo!!
Agora sim... Vamos tirar mais fotos...
A água descia dessa bela cascata em direção a uma gruta, que provavelmente foi desenhada pela própria água.
Bom, depois de descermos tudo o que dava, agora é hora de subir tudo de volta, para o outro lado do vale.
Essa aqui é a Gruta das Sereias:
E, enfim, chegamos no Túnel de Miollis, que antes enxergávamos do outro lado do vale como vários buraquinhos esculpidos na rocha... E é na verdade um túnel com várias janelas que dão para o vale.
O Túnel de Miollis dá acesso à Gruta de Netuno, que é linda!
Foi muito interessante que a essa hora o sol estava bem na nossa cabeça, estava muito quente. E ao nos aproximarmos da Gruta de Netuno e de sua cachoeira, ficou super fresquinho. Uma delícia!
Ali do lado tem outra grutinha:
Bom, o nosso passeio tá chegando ao fim...
E ali está o Templo di Vesta, indicando a saída da Villa Gregoriana.
Terminado o nosso passeio, voltamos ao carro e nos dirigimos à Villa d´Este, esperançosos por uma vaga pra estacionar. E não foi difícil, achamos um lugar bem bom. A essa hora da tarde a maioria das pessoas estava saindo da Villa e procurando outra atração na cidade. É que a Villa d´Este é a principal atração de Tivoli, e por isso costuma ser a primeira a ser visitada. Que bom que nós mudamos de idéia.
A Villa d´Este era a casa de campo do cardeal Ippolito d´Este e a sua restauração nos dá hoje uma boa idéia de como era inicialmente. Entrando na Villa, se tem acesso à casa, com vários afrescos (onde não ficamos muito tempo, já que já vimos bastante disso por aqui...)
Achamos engraçado que até tem pinturas de portas... Muito estranho!
Bom, mas vamos ao mais importante... Os jardins da villa. Da porta dos fundos da casa já se tem uma idéia do que vem pela frente:
Como vocês podem ver, a mansão fica no alto, e os jardins se expandem colina abaixo, em sucessivos terraços. Sem contar que era todo decorado com belas flores:
Do terraço mais alto já deu pra ver o gosto que o pessoal tinha por fontes.
Fomos lá ver mais de perto:
Continuando nosso passeio, encontramos água jorrando pra todos os lados...
Essa é uma das mais belas fontes da villa, a Fontana dell´Ovato:
Descendo mais um pouco, encontramos a Fontana dei Draghi:
Nossa, esse jardim é muito grande e muito lindo! Parece que não termina nunca!
Mais adiante, uma seqüência de piscinas cheias de peixes cortam o jardim ao meio, com um penhasco de um lado e uma bela fonte do outro, a Fontana di Nettuno.
Após as piscinas, o jardim segue com fontes menores, gramados, árvores e menos turistas.
Algumas fontes são bem engraçadas...
Depois disso, fomos em direção à Fontana dell´Organo, uma fonte que utiliza a água para pressionar os tubos de um órgão hidráulico. A cada duas horas se pode ouvir o órgão em funcionamento.
Porém, a água só é utilizada para fazer o órgão funcionar, então não é exatamente uma fonte.
Ali perto se tem acesso a um corredor que passa por trás da Fontana di Nettuno.
Ali nesse corredor ficam as Grotte delle Sibille, pequenas grutinhas com fontes dentro:
E esse foi o nosso passeio. Depois de visitar a Villa d´Este, descansamos bastante para enfrentar ainda a Villa Adriana. Mas infelizmente quando chegamos lá (A Villa Adriana fica pra fora de Tivoli), a bilheteria estava fechada. Que pena!
Daí rumamos de volta a Roma. Tranqüilos, foi só seguir as placas. Todas as estradas levam a Roma, mas infelizmente nem todas levam à nossa casa. Chegamos fácil fácil em Roma, mas dentro de Roma nos perdemos! Passamos do acesso ao GRA (o anel viário que contorna a cidade) e nos embretamos Roma adentro. Depois de pegar bastante engarrafamento e de nos informar umas três vezes retomamos o caminho certo e chegamos são e salvos em casa. Que bom que o carro só precisaria ser devolvido no dia seguinte!
Adoramos muito esse passeio por esses dois lugares tão diferentes e tão bonitos. Fizemos um video do nosso passeio à Villa Gregoriana. Podem conferi-lo abaixo ou no link:
http://www.youtube.com/watch?v=JRYtlxdUoRs
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