quarta-feira, 9 de maio de 2012

Padova com Adriano

Continuamos nosso passeio pelo norte da Itália com o Adriano Agostini. Depois de conhecer Soave e seu castelo, rumamos para Padova. Num primeiro roteiro da viagem, tínhamos decidido não visitar Padova, pois não tínhamos achado muito interessante. Depois, vendo que tínhamos um tempinho entre Verona e Veneza, decidimos incluí-la, já que fica bem no meio do caminho.

O hotel que reservamos ficava bem perto do centro histórico. Começando a entrar em Padova, vimos que é uma cidade grande e que seria difícil chegar no hotel sem o gps nos guiando. Mas com o gps também foi...

Primeiro, já na entrada da cidade, nos mandou pegar uma estrada que estava fechada. Nesses caso, o jeito é andar um pouco em outra direção até ele sugerir um novo caminho. E deu certo, mandou a gente subir uma ponte, pegar umas estradas perimetrais, dar umas voltas... Até o gps nos mandar entrar numa rua de tráfico limitado.

Aqui na Europa tem muito disso. As áreas mais centrais das cidades grandes são de circulação somente a veículos autorizados, normalmente os de residentes. E o tal gps tava mandando a gente entrar numa dessas ruas. De novo, resolvemos dar uma volta e ver um caminho alternativo que ele sugeria. Depois de rodar um pouco, voltávamos exatamente pro mesmo lugar, pra rua de tráfico limitado! Fizemos isso umas 3 vezes, e ele sempre mandando pelo mesmo caminho! Aaaaah! Uma hora o gps até mandou a gente entrar num terreno baldio e atravessar um muro! 

Chegamos até em pensar em andar um pouco na área limitada, mas quando a gente está no exterior, é melhor ter cuidado redobrado com tudo, né? Então resolvemos pedir informação. Bem ali do lado do acesso à área de tráfico limitado, paramos numa parada de ônibus (azar, não tinha mais onde parar!) e perguntamos pra um rapaz que estava ali. Demos o nome da rua e do hotel, e ele disse que conhecia o hotel e que tinha que chegar por outra rua, porque por aqui tinha a ZTL (zona a traffico limitato) com câmeras de controle, o que dá multa certa! Ufa, que alívio, nos escapamos!

Então o cara explicou pra nós direitinho como chegar no hotel sem pegar as câmeras da ZTL, disse pra gente chegar com o gps até a rua tal, depois pegar a rua tal, e a tal outra... Explicou direitinho, rua por rua, o único jeito de chegar no hotel. Tivemos que anotar, de tanto nome. No final ele disse pra saudarmos os donos do hotel em nome dele, que eram antigos amigos.

Bah, que sorte, pedimos informação bem pra alguém que conhecia o hotel e como chegar lá. Bem, saímos da parada de ônibus e achamos um lugar pra parar o carro (proibido, é claro, pois não tinha onde parar) e pra organizarmos as coisas no gps. O problema é que, mesmo botando a tal primeira rua no gps, ele mandava a gente passar pela ZTL. Então planejamos bem o caminho, enquanto alguém buzinava porque estávamos estacionados na sua vaga.

Então conseguimos chegar na rua indicada. E a seqüência de ruas que o cara da parada nos falou estava bem certinha. Mas era bem rua de centro histórico, bem estreitinhas, com carro e bicicleta passando. Essa é uma das ruas que passamos:


Espaço pra carro aqui é pouquinho. Vejam que à direita é a ciclovia. E à esquerda tem uma vaga par estacionar. A gente chegando na frente do hotel, vimos que tinha uma única vaga, igual a essa da foto, pra estacionar (mas só carga e descarga). O cinquecento já ficava apertadinho na vaga. Depois de estacionados, um alívio. Essa foi a cidade mais chatinha de dirigir. É uma cidade de porte grande, mas o trânsito não é tão organizado quanto Verona.

Esse hotel tem um estacionamento próprio, mas não tinham vaga pra esse dia. Então nos indicaram deixar numa rua ali perto, no parquímetro. Disseram que talvez não acharíamos vaga, mas era só ficar ali esperando que uma hora liberam alguma. Bom, estávamos morrendo de fome e de saco cheio desse trânsito, então decidimos pagar um estacionamento pra deixar o carro.

Deixamos e entramos no primeiro restaurante que apareceu na nossa frente. O restaurante já estava fechando a cozinha, então tivemos que fazer logo o pedido. E de certa forma pareceu que éramos a atração principal do restaurante. Todo mundo olhando pra nós, e piorou quando começamos a fazer piada da situação em português e comer pizza com a mão. Até o garçom saía da mesa quase dando risada. E pra piorar, as pessoas não eram lá muito bonitas. No final das contas, todo o estresse com o trânsito se transformou em piada dos "belos" curiosos que nos cuidavam no restaurante e do garçom que se segurava pra não rir na nossa cara.

Bom, depois nos dirigimos ao centro pra ver o que tinha de interessante pra gente ver. Essa da foto abaixo, por exemplo, é a Praça das Pessoas Estranhas.


Cada figura... Uma rua a caminho do centro:


Uma artista de rua (belos trabalhos!):


Essa é uma estátua de Cavour, na Piazza Cavour:


A Piazza delle Erbe é a principal praça de cidade, conhecida por uma tradicional feira de frutas, verduras e outros. Nela fica o Palazzo della Ragione, que onde ficava o tribunal da cidade:


Quando fomos não tinha a tal feira. Outra vista da praça:


Depois fomos comer umas guloseimas numa pasticceria, que delícia!


Fomos ver também o Duomo da cidade:


Dando mais uma passeadinha pelo centro...



O que achamos mais bonito em Padova foi o Prato della Valle. É um grande gramado, cercado por um vale artificial cheio de estátuas. Desse gramado se enxerga a Basílica de Santo Antônio:


Uma das estátuas do vale:







E de lá fomos pra Basílica de Santo Antônio. Ela é bem grande e cheeeia de ouro e riquezas. Pra nós é uma grande contradição, pois Santo Antônio foi seguidor de São Francisco e fez voto pobreza.


Depois voltamos pro hotel e pedimos algumas orientações pro recepcionista do hotel. Ele primeiro nos explicou onde fica o estacionamento do hotel, explicou bem explicadinho... Muito simpático ele. Depois nos indicou uns lugares pra jantar, ali perto.

Fomos no restaurante. Como era cedo, chegamos antes da cozinha abrir e pegamos um ótimo lugar. A comida estava ótima e depois que terminamos, o cozinheiro nos deu de brinde um copinho de grappa pra cada um. Forte, é claro, mas bem docinho. O Adriano gostou tanto que resolveu comprar uma garrafa pra levar pro Brasil. É bem gostosa, com sabor de camomila.


Voltamos pro hotel e nos informamos com o mesmo tiozinho como sair da cidade pra ir em direção a Veneza. Ele explicou o trajeto, explicou de novo e falou que se a gente perdia uma rua ia ter que fazer uma volta gigante, pelo Prato della Valle. Ele mostrou tudo isso num mapa pra gente. Aí o Nino perguntou: e não pode ir por esse outro lado? "Qui ci sono le telecamere, cento euro botta! Allora dimmi tu se puoi."

Explicando, ele disse que por lá era a ZTL, onde tem câmeras de vigilância que registram a multa. O "cento euro botta" significa "jogar cem euros fora", só que a gente estranhou o sotaque dele, falando botta em vez de butta. O cento-euro-botta acabou virando um jargão da viagem!

De Padova seguimos para Veneza. Mas em vez de irmos pela autoestrada, decidimos tomar a estrada Riviera del Brenta, que costeia o canal brenta. Pegamos esse caminho porque lemos que é uma estrada bonita, com várias mansões e villas antigas. Infelizmente a gente não conseguiu ver muita coisa, mas foi um passeio agradável.

No próximo post a nossa viagem continua, com nossos passeios em Veneza. Até lá!

Um comentário:

  1. Padova foi surpreendente em vários sentidos, hehe. Primeira impressão não das melhores, mas com surpresas boas (e engraçadas) no final. Cento euro botta! :-)

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